tiki runner slot

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28/04/2024 03h30 Atualizado 28/04/2024

O telefone — fixo, que ainda não era época de celular — tocou 🌈 num sábado de manhã do começo dos anos 90 e do outro lado da linha veio a voz inconfundível, com 🌈 a saudação que todo repórter de esportes de O tiki runner slot sabia ser sinônimo de fim de folga:

- Marcelo? Aaaa...rruda!

Era Antonio 🌈 Roberto Arruda, chefe de reportagem, avisando para arrumar uma mala e esperar na portaria. Um carro do jornal me buscou 🌈 pouco tempo depois da ligação e segui, com o fotógrafo Fernando Maia, para um hotel entre Mangaratiba e Angra dos 🌈 Reis, à beira de uma praia de onde se avistava a casa em tiki runner slot que Ayrton Senna passava suas férias 🌈 no Brasil. Era ele o motivo da urgência.

Instalados num píer de pedras, nos preparamos para uma longa espera. Mas bastaram 🌈 alguns minutos para Senna aparecer, testando um novo brinquedo, um paraglider puxado por uma lancha. Maia fez

s lindas, e 🌈 uma delas estampou a primeira página do jornal no dia seguinte. Eu pulei na água, nadei até meu suposto entrevistado 🌈 e fui perguntando, sem boa tarde, com licença ou por favor.

— Primeira vez, Senna?

Tomei a primeira grande esnobada da minha 🌈 carreira. Senna não respondeu, não olhou para mim e não alterou a expressão facial. Entrou de volta na lancha como 🌈 se eu não tivesse estado ali. Para ilustrar a

do Maia, em tiki runner slot vez de uma entrevista exclusiva com 🌈 o maior piloto de todos os tempos, um texto-legenda de duas linhas explicava a brincadeira. Achei que ia levar uma 🌈 bronca, mas só recebi uma instrução: ficar e insistir.

Nos dias seguintes, Senna passou de jet-ski dando tchauzinho, de lancha espirrando 🌈 água na nossa direção... Era uma festa para as lentes do Maia. E nem uma palavra para mim. Do alto 🌈 do meu desespero de repórter iniciante sem matéria, lembrei que a agenda do tiki runner slot tinha um número de telefone daquela 🌈 casa. Liguei, a voz que atendeu me pareceu familiar e perguntei quem era.

— É o Ayrton.

A alguns segundos de incredulidade, 🌈 seguiu-se minha súplica por uma entrevista. Jurei que iria embora assim que ele falasse comigo.

— Marcelo, eu estou de férias. 🌈 E se falar com você, no dia seguinte os repórteres de todos os outros jornais estarão aqui — disse Senna, 🌈 com voz paciente.

Era a senha para desistir, mas tentei uma última investida: sabendo que um grupo de estudantes paraguaios de 🌈 férias no meu hotel tinha sido convidado para tirar

s com ele, me ofereci para ser o fotógrafo. E ali 🌈 ouvi as últimas palavras dele naquela cobertura:

— Você é o maior Rolando Lero!

Voltei para o Rio no dia seguinte, pensando 🌈 se todo repórter precisa ter pelo menos um pouquinho da cara de pau do personagem da “Escolinha do Professor Raymundo” 🌈 citado por Senna, que era um grande fã do programa e sorriu ao fazer a comparação. Mas só muito tempo 🌈 depois captei a vossa mensagem, amado mestre! Aquela cobertura tinha sido uma grande lição sobre a preservação da privacidade de 🌈 uma figura pública.

Foi dela que me lembrei quando recebi — fazem 30 anos na próxima quarta-feira — a dura missão 🌈 de escrever a crônica da última corrida detiki runner slotvida. Senna, o piloto, era da Silva, como os muitos brasileiros 🌈 que o idolatraram. Mas também tinha o direito de, uma vez ou outra, ser só o Ayrton.